A dama e o Pintor
Flávio José
Eu trabalhei de pintor no sul
Recife, Caruaru e lá em Salvador
Com um senhor chamado José
E a mulher desse José por mim se apaixonou
Eu enrolado que só grampo de arame
Com vergonha da madame não podia me conter
Tu pode crer quando ela dava silibrina
No portão da oficina me chamava pra me ver
Hoje eu quero é você
Diz Zé como é teu nome
Hoje aqui o couro come
O couro come e ninguém vê
Mulher metida no ramo do automóvel
Comprou um Ford 29 e mandou eu pintar
Foi se deitar e não disse a cor adequada
Eu dei uma tinta errada e ela deu um parará
Mas ela hoje está comigo zangada
O pobre desse pintor não ficou com nada
A fubica dela está toda avermelhada
Somente porque eu dei uma tinta errada
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